Batizado no Espírito Santo: Meu Testemunho

Como fui batizado no Espírito Santo



Como fui batizado no Espírito Santo

Nasci em um lar evangélico, onde aprendi sobre o dom do Espírito Santo, o Pentecostes e o dom de falar em línguas — idiomas dos homens e dos anjos. 

Apesar de ouvir sobre esse dom, ainda tinha dúvidas e busquei respostas na Bíblia. 

 1. O Que Aprendi Sobre o Dom do Espírito Santo

A promessa do batismo no Espírito Santo, conforme Jesus Cristo nos deixou em Atos 2.39, é para todos nós que cremos.

Ao estudar a Bíblia Sagrada, entendi que o dom de falar em línguas é para a nossa edificação pessoal (1 Coríntios 14.4).

O falar em línguas, é a comunicação de mistérios em Espírito (1 Coríntios 14.2). Esse dom inicial pode, inclusive, ser seguido pela interpretação de línguas (1 Coríntios 14.13) e pelo dom de profecia (1 Coríntios 14.1).

Mesmo estudando sobre o dom, não o recebia ao ir à frente, ao púlpito da igreja, quando convidado pelo pastor, ou preletor. 

A dúvida surgia, especialmente ao ouvir de pessoas que acreditavam que o dom de línguas não se aplicava aos nossos dias. 

Eu buscava, desistia, e depois me arrependia, dizendo a Deus: “Senhor, não tenho esse dom, mas não duvido que ele seja real!”     

Eu via pessoas que ao decidirem-se por Cristo, já voltavam falando nessas línguas misteriosas, sem mesmo saberem o que estava acontecendo, mas sentindo uma alegria inexplicável.

 2. Um dos tais — momento especial com Deus (2009)

Minha mãe, a irmã Irene, estava em seus dias finais, passando alguns dias na casa que havia sido do tio Edmílson.

Quando eu visitava a minha mãe, sempre conversávamos um pouco e, antes que eu me despedisse, prestávamos culto a Deus: cantávamos corinhos, hinos avulsos ou da Harpa Cristã, líamos a Bíblia e orávamos. Em uma dessas visitas, minha mãe escolheu o hino n.º 340 — Um povo forte:

Eis que surge um povo forte, revestido de poder / E não teme nem a morte, quem a ele pertencer / E terá sublime sorte, pois com Cristo ao céu vai / Podes tu dizer também “sou um dos tais”? 

Um dos tais. Um dos tais. / Podes tu também dizer: “Sou um dos tais”? / Um dos tais, um dos tais. / Podes tu também dizer: “Sou um dos tais”? 

No cenáculo, reunidos, o poder buscavam então, / Pelo amor de Deus unidos a clamar em oração; / Eis que um vento é descido e o fogo do céu cai; / Podes tu dizer também: “Sou um dos tais”?

Ó não sejas descuidoso pra buscar o dom de Deus…  

Cada frase desse louvor foi entoada com muita emoção. Deus estava falando comigo. Terminamos de cantar e minha mãe dedicou este hino a mim. Essa era uma das maneiras que Deus a usava. Esse hino foi um chamado para eu buscar o batismo no Espírito Santo, com zelo. 

No momento da leitura bíblica, comecei a procurar um texto que nos trouxesse conforto da parte de Deus. 

A Bíblia parecia um livro selado. Não encontrava nenhum texto. E a minha forte expectativa era que Deus falasse mais uma vez conosco. Fui para os Evangelhos… passei por Mateus, Marcos, Lucas e não encontrava um texto básico. 

Cheguei ao Evangelho de João. Deus me fez sentir que eu havia encontrado o livro: não seria outro. Fui passeando lentamente pelos capítulos. Cheguei a João, capítulo 14. Fiquei receoso, pois pensei que aquele texto não se aplicava àquele momento. 

Eu disse: “mãe, não sei por que, mas estou sentindo que devo ler em João 14. Minha mãe respondeu: “então leia, meu filho”. Comecei a ler… 

[…] Na casa de meu Pai há muitas moradas […] Vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver, estejais vós também. […] “Felipe, há tanto tempo estou convosco e não me tendes conhecido?” Quem me vê a mim, vê o Pai…” (comecei a ler com muita emoção e lágrimas) […] “Crede-me que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim; crede ao menos por causa das mesmas obras”. 

Terminei a leitura com muito esforço, pois a emoção era grande... 

 Eu disse: “vamos orar mãezinha”. Começamos a orar. Fiquei em silêncio para ouvir Deus falar. Deus falou por intermédio de minha mãe: “meu servo, eis que eu sou contigo! Me buscai, me buscai, porque eu tenho muito a mostrar-te! ”. 

Terminamos a oração. A Glória de Deus repousava sobre aquela sala. Foi a primeira e única vez que Deus falou comigo usando a boca de minha própria mãe. Foi maravilhoso. Jamais esquecerei. Deus tem cumprido aquela promessa a cada dia.

3. A Primeira Lição na Escola Bíblica Dominical (2011)

A primeira lição que ensinei na Escola Bíblica Dominical na igreja local (Jardim Marista, Trindade-Goiás), foi sobre “A descida do Espírito Santo em Pentecostes!”. O desafio foi a seguinte questão pessoal: Como falar de algo que não faz parte da minha experiência? 

Deus mais uma vez me chamou para buscar pelo dom de falar nas línguas dos homens e dos anjos. 

O desejo de buscar o dom de Deus reacendeu. Eu dizia: “Senhor, eu não sou batizado no Espírito Santo, não falo em línguas, mas não duvido de quem fala. Enche-me do teu poder!” 

4. O propósito com Deus

Em 2014, entrei em uma campanha de jejum e oração, para receber essa dinamite de Jesus. 

Eu estava outra vez lecionando na igreja, quando li um subsídio do pastor e escritor Jilton Moraes: “O amor na vida do pregador — uma paráfrase de 1 Coríntios 13”. Enquanto eu lia para a igreja, Deus me fazia entender que eu estava lendo para mim mesmo. Foi emocionante! 

Ao término da Escola Bíblica, fui para a casa do meu sogro. Recebemos a visita de uma irmã muito abençoada, que tinha o dom de profecia. Deus revelou algo e ela me procurou para tirar prova do que Deus havia falado. 

Começamos a orar e quando ela exclamou: “Venha Pentecostes!”, o meu sogro, a minha sogra e a minha esposa começaram a falar em línguas, e eu continuei do mesmo jeito. Então aquela irmã confirmou: eu não era batizado no Espírito Santo. 

Terminando a oração, a irmã Márcia entregou o recado de Deus para mim: “Você está pedindo algo da parte de Deus, e ele vai entregar, quando o seu amor pela igreja aumentar. Deus quer que você ame a igreja assim como ama a sua filha”.

Os dias se passaram e Deus continuava falando comigo de várias formas. Quando o meu sogro dedilhava na guitarra o hino 340 “Povo Forte”, durante a afinação no início do culto, aquele dedilhado trazia à memória minha mãe cantando, com seu rosto sofrido, olhos fixos para a frente, naquele leito de dor. Era como se eu a visse dizendo: “Não sejas descuidoso”. 

5. O dia chegou

Finalmente, em outubro de 2014, eu estava em casa, assistindo o DVD “Desejo de Vida” do Conjunto Voz da Verdade. Antes de cantar a música “Não Pense”, o pastor Carlos começou a desafiar a plateia:

Quando você é muito crítico, quando você é muito analítico, você não sente a presença de Deus. Você fala que é crente, você exibe que é crente, você lê a Bíblia, você pode cantar no coro da igreja, mas não tem sentido a presença de Deus, porque você pensa demais… não pense! Entre no fogo pra se queimar!… Você vai ficar ainda aí parado, sentado, que nem uma múmia? Negócio de múmia é no Egito! Agora o maior homem é de Israel: lugar de festa, lugar de dança, lugar de alegria! Quer receber o Espírito Santo como? Penteando o cabelo? Abra o coração, não se envergonhe de Jesus Cristo!”

Aquelas palavras, gravadas no ano de 1995, falaram comigo em 2014! Levantei as mãos, comecei a adorar a Deus, em uma entrega total: corpo, alma e espírito. E as palavras de adoração se tornaram em “outras línguas!”. Fui batizado no Espírito Santo! Que bênção! Que maravilha! 

Conclusão

O dom de línguas não torna ninguém mais salvo ou mais espiritual. Ele é um selo, uma capacitação para testemunhar, como Jesus prometeu em Atos 1.8. Quem ainda não o recebeu não é menor que os que o possuem. É dinamite e unção divina para o serviço no Reino!

Que Deus vos abençoe!

Referências

Samuel dos Santos Mafra

Samuel Mafra, graduado em Gestão da Tecnologia da Informação pelo Centro Universitário FAVIP WYDEN, especialista em Cibersegurança e Gestão Hospitalar. Cursando segunda graduação em Teologia pela Faculdade Estácio. Alvo: Seguir carreira em tecnologia e teologia concomitantemente, reconhecendo haver um ponto final para todas as funções terrenas (Eclesiastes 3.1,2), ao passo que a vida com Jesus Cristo jamais terá fim (João 11.25,26).

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