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Luxúria, Impureza e Lascívia: Prazer que Adoece a Alma

Luxúria, Impureza e Lascívia: Prazer que Adoece a Alma


“Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia” (ARC YOU VERSION, 2009. Gl 5:19).


Introdução


Prezados irmãos e irmãs, é com o coração cheio de amor e um desejo profundo de compartilhar a verdade que nos liberta que apresentamos este tema. 

O que abordaremos pode parecer, à primeira vista, um terreno árido e desconfortável: “Luxúria, Impureza e Lascívia”. No entanto, proponho abrirmos nossos corações não com medo ou condenação, mas com a humildade de quem busca a luz para iluminar os cantos mais sombrios de nossa alma. 

A Palavra de Deus, como um farol em meio à tempestade, nos guiará. Nosso desejo hoje não é apontar dedos, mas estender a mão, como um ancião que zela por seus filhos, para juntos explorarmos como o prazer, quando desviado de seu propósito divino, pode adoecer a alma, e como a graça de Deus nos oferece a cura e a restauração. 


1. Diferença entre Desejo Natural e Luxúria (gr. Epithumia)

Meus queridos, Deus, em Sua infinita sabedoria, nos criou com desejos: a fome que nos impele à nutrição, a sede que nos leva à água, a necessidade de companhia, a apreciação da beleza, e a busca por intimidade. Esses anseios são, em sua essência, dons divinos, projetados para experimentarmos a vida em sua plenitude. 

O casamento, por exemplo, é um presente divino para a expressão da intimidade sexual. A questão não é o desejo em si, mas a sua corrupção, a sua desvirtuação.

O que é o desejo natural? É o anseio inato, dado por Deus, que nos impulsiona à vida, ao amor, à procriação. É um dom, puro em sua essência.

Onde entra a luxúria? A luxúria é o desejo desenfreado, egoísta e desordenado. É quando o desejo natural se torna um ídolo, um fim em si, desprovido de amor, respeito e do propósito divino. Ela não busca o bem do outro, mas a satisfação própria, muitas vezes às custas do outro.

A escolha entre o domínio próprio ou a vida desregrada é nossa, devido ao livre arbítrio. Nesse contexto, surge uma questão fundamental: por que Deus concede o livre arbítrio? LEWIS (2017, p. 66), responde: “Porque o livre-arbítrio, embora possibilite o mal, também é a única coisa que torna possível todo o amor, toda a bondade ou toda a alegria.”

Para ilustrar essa distinção, podemos pensar na fome que nos leva a comer para nutrir o corpo, em contraste com a gula — um desejo desordenado por comida que nos leva ao excesso e à doença, ignorando a necessidade de nutrição e moderação. Da mesma forma, o desejo de intimidade entre cônjuges no casamento visa a união e a procriação, enquanto a luxúria é como um incêndio florestal que destrói tudo em seu caminho, mesmo que o fogo seja uma força natural controlada. A luxúria é o desejo sexual fora dos limites do amor, do compromisso e do respeito mútuo.

As Escrituras Sagradas oferecem fundamentos claros para essa compreensão:

Em Gênesis 1:28, Deus abençoa a procriação, reconhecendo o desejo natural de perpetuação da vida nos Seus propósitos divinos.

Hebreus 13:4 exalta o casamento, afirmando que “o leito conjugal seja sem mácula”, o que implica que a intimidade sexual é honrosa nos limites do compromisso matrimonial.

Jesus adverte em Mateus 5:28, sobre o perigo de “olhar para uma mulher com intenção impura”. Esta passagem não se refere a um olhar casual, mas a um olhar que se detém, que se alimenta da fantasia e do desejo ilícito, revelando a raiz da luxúria no coração.

Diante dessas considerações, surgem perguntas essenciais: “Onde está a linha?”, “Como discernir?” A analogia entre um rio que flui em seu leito e uma enchente devastadora ilustra a diferença entre o desejo, em seu fluxo natural e benéfico, e a luxúria, que transborda e causa destruição. O discernimento se manifesta na capacidade de manter os desejos nos limites estabelecidos por Deus, permitindo que fluam para a vida e a bênção, e não para a desordem e a ruína.


2. Pornografia, Pensamentos Impuros, Sedução e a Manifestação da Lascívia

Meus filhos, a luxúria se manifesta de diversas formas, e algumas delas são particularmente disfarçadas, parecendo ser inofensivas à primeira vista, mas que, na verdade, escondem intenções negativas, podendo causar danos significativos de forma gradual e imperceptível. Isso mina a nossa pureza e o nosso relacionamento com Deus. 

Falaremos agora sobre a pornografia, os pensamentos impuros, a sedução e, de forma mais explícita, sobre a lascívia, que permeia e potencializa essas manifestações.

Pornografia: A pornografia é o retrato mais cruel da luxúria em ação. Ela reduz o ser humano a um objeto de prazer, desprovido de dignidade, alma e espírito. Ela distorce a beleza da sexualidade, transformando-a em algo frio, utilitário e viciante. 

O que parece ser um prazer inofensivo, na verdade, constrói prisões invisíveis na mente, afetando a capacidade de amar genuinamente e de se relacionar de forma saudável. 

A pornografia é um terreno fértil para a lascívia, que busca a estimulação sexual desordenada e o prazer momentâneo sem qualquer conexão com o amor ou o compromisso.

O vício em pornografia é como um parasita que se alimenta da intimidade real e do amor verdadeiro, deixando a pessoa cada vez mais vazia e isolada, com sentimento de culpa. 

A busca incessante por novidades e excitação é um reflexo da lascívia. Este vício, por ser praticado em plena consciência de sua pecaminosidade, torna-se um pecado intencional que, conforme MacArthur, escraviza a pessoa, mantendo-a em um ciclo compulsivo. 

Os erros escondidos são os pecados desconhecidos da alma, enquanto os pecados intencionais são os pecados conhecidos. Pecados intencionais escravizam […] Esses são os pecados cometidos em plena consciência de sua pecaminosidade, mas que mesmo assim são cometidos compulsivamente.  (MacArthur, 2016, p. 70).

As Escrituras Sagradas nos alertam veementemente sobre os perigos da pornografia e da impureza. 

Provérbios 6:27-28 questiona: “Pode alguém andar sobre brasas sem queimar os pés?” Esta metáfora poderosa ilustra a impossibilidade de se envolver com a impureza sem sofrer danos. 

Da mesma forma, Efésios 5:3 é categórico: “Entre vocês não deve haver nem sequer menção de imoralidade sexual, nem de qualquer espécie de impureza ou de cobiça; pois essas coisas não são próprias para os santos de Deus.” 

A fala profana acende o fogo da impureza, alimentando um ciclo destrutivo que afasta o indivíduo da pureza e da comunhão com Deus. 

Minha primeira experiência com pornografia ocorreu em Manacapuru, Amazonas, durante minha adolescência. Foi algo acidental; em minha casa, esse tipo de conteúdo era estritamente proibido. Ao passar por uma casa com a janela aberta e sem muros, observei que estavam assistindo a um filme adulto. Curioso, parei para assistir até o fim, mas logo depois senti um grande peso na consciência e pedi perdão a Deus.


Mais tarde, em Goiás, no meu primeiro emprego, tive acesso a várias revistas pornográficas. A cada vez que via uma, o desejo se intensificava, criando um ciclo vicioso de querer sempre mais. Isso resultou em um esfriamento espiritual, e se não fossem as orações da minha mãe, eu teria me afastado da comunhão.


Em uma ocasião, um irmão trouxe um DVD pornográfico para minha casa, e eu assisti com meus dois irmãos. Mais uma vez, senti amargura e pedi perdão a Deus. Poucos dias depois, esse mesmo irmão sugeriu assistirmos a outro DVD da mesma categoria. Minha resposta foi firme: “Já pedi perdão a Deus. Não vou pecar novamente.” Isso aconteceu na época das locadoras de DVD. Hoje, com a internet, esse tipo de conteúdo está à disposição de todos, infelizmente desestruturando famílias, casamentos e lares. 

Pensamentos Impuros (impureza, gr. akatharsia): Antes que a ação aconteça, a batalha muitas vezes é travada na mente. Jesus, em Mateus 5:28, nos adverte sobre o perigo de cobiçar no coração. Os pensamentos impuros são como sementes lançadas em um terreno fértil. Se não forem arrancadas, germinam e podem dar frutos amargos. Não somos responsáveis pelos pensamentos que nos vêm à mente, mas somos responsáveis por aquilo que escolhemos nutrir e acolher. A lascívia muitas vezes se manifesta primeiro nesses pensamentos, que alimentam fantasias e desejos que desrespeitam a pureza e o padrão divino.

Podemos utilizar como analogia um ninho. Não podemos impedir que os pássaros voem sobre nossas cabeças, mas podemos impedi-los de fazer ninhos em nossos cabelos. Assim é com os pensamentos. 

Certo tempo, em minha juventude, pensamentos maus encheram minha cabeça. Primeiro, percebi serem doces. Minha carne gritava por prazer. Em segundo lugar, percebi que aqueles pensamentos eram automáticos, não premeditados. Entendendo a batalha espiritual, repreendi aqueles pensamentos em Nome de Jesus Cristo, e senti literalmente aquele ninho de pensamentos sendo removido de sobre minha cabeça.

Nesse contexto, as Escrituras oferecem diretrizes claras para a manutenção de uma mente pura: 

Filipenses 4:8 nos exorta a pensar “em tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que é correto, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama”. Este versículo nos convida a uma seleção ativa e intencional do que permitimos habitar em nossa mente. 

Complementarmente, 2 Coríntios 10:5 nos instrui a “levar cativo todo pensamento à obediência de Cristo”. Isso significa que, mesmo diante de pensamentos intrusivos, temos o poder, pela graça de Deus, de sujeitá-los ao senhorio de Cristo, recusando-nos a dar-lhes espaço para se desenvolverem. 

Não podemos impedir que pensamentos impuros nos assaltem, mas podemos e devemos impedir que eles se estabeleçam e dominem nossa mente, buscando a pureza em Cristo.

Sedução: A sedução, em seu sentido pecaminoso, é a arte de atrair alguém para o erro, para a desobediência a Deus, explorando suas fraquezas ou carências. Pode vir de fora, através de pessoas ou mídias que nos incitam ao pecado, ou pode vir de dentro, quando nossos próprios desejos desordenados nos levam a cair em armadilhas. A sutileza da sedução é que ela muitas vezes se disfarça de liberdade, de amor, ou de uma simples “experiência”. A sedução frequentemente apela à lascívia presente em nós, prometendo uma gratificação desordenada e momentânea.

Na Bíblia Sagrada:

Conhecemos a antiga história de Eva no Jardim do Éden, sendo seduzida pela serpente (Gênesis 3:1-6).

Em Provérbios 7, temos a advertência sobre a mulher adúltera, que simboliza a sedução do pecado. 

Tiago 1:14, esclarece que “cada um é tentado pela sua própria cobiça”. Estes exemplos são claros como a luz do dia.

A Lascívia em Destaque: Para ficar claro, a lascívia (gr. aselgeia) é mais do que um desejo; é a ausência de modéstia, o comportamento indecente, a libertinagem, o desregramento sexual que não se importa com a decência ou com as consequências

É a busca por prazer sexual sem vergonha, sem limites, muitas vezes de forma pública ou que desrespeita a moral estabelecida por Deus. 

Enquanto a luxúria é o desejo desenfreado, a lascívia é a manifestação explícita e desavergonhada desse desejo em atos, palavras ou atitudes. Ela demonstra uma total falta de autocontrole e reverência a Deus e aos padrões divinos. 

O artigo “A lascívia nasceu inocente”, escrito por Sérgio Rodrigues, explora a origem e evolução semântica da palavra lascívia na língua portuguesa. 

Inicialmente usada no latim com significado inocente e ligado à brincadeira e à jovialidade, como demonstrado por autores como Cícero e Lucrécio, o termo passou a adquirir conotações negativas ainda antes da era cristã. 

Foi com pensadores cristãos, como Tertuliano, que seu sentido moral e religioso associado ao pecado se consolidou. Assim, lascívia passou de algo leve e divertido para representar sensualidade excessiva e falta de pudor.

“A palavra lascívia é uma das mais expressivas da língua portuguesa para designar ‘propensão para a luxúria, sensualidade exagerada; lubricidade’ (Houaiss)” (RODRIGUES, 2020). 

A princípio, a lascívia pode parecer uma 'brincadeira inofensiva', um mero deslize, mas suas consequências são gravemente sérias. Assim como brincar com fogo pode levar a queimaduras reais, o mesmo ocorre no mundo espiritual e emocional. Vemos, inclusive, nos hospitais e nas vidas, os ecos de escolhas desregradas.

Pense em um rio. O desejo natural é a água fluindo em seu curso. A luxúria é quando a água transborda das margens, inundando o terreno. A lascívia é quando essa água transbordada se torna um lamaçal sujo, poluído, que destrói tudo em seu caminho e não se importa com o estrago que causa. É a exibição descarada e impura, o oposto da modéstia e do pudor. 


3. Consequências na Vida Espiritual e Relacional

Amados, o pecado da luxúria e da impureza, como fraqueza dominante deixa marcas profundas, como cicatrizes que afetam nossa alma e nossos relacionamentos. As consequências são dolorosas e abrangem diversas áreas de nossa vida. Como bem escreveu Murdock:

Sua fraqueza [dominante] é como uma pessoa dentro de você […] uma força silenciosa e mortal que empurra sua vida em direção à destruição. Se for ignorada, destruirá todos os seus sonhos, sabotará todos os seus relacionamentos dignos e, no final, fará de você um monumento à desgraça sobre a terra. (MURDOCK, 2008, p.141–2). 

Essa fraqueza dominante deve ser reconhecida quanto antes, para evitar seus resultados, os quais são:

Na Vida Espiritual:

  • Afastamento de Deus: O pecado cria uma barreira entre nós e Deus. A comunhão é quebrada, a voz do Espírito Santo parece mais distante. Sentimos vergonha, culpa, e isso nos impede de nos aproximar do Pai com ousadia.

  • Perda da sensibilidade espiritual: A prática contínua do pecado insensibiliza o coração. A consciência, antes tão viva, se torna cauterizada. Aquilo que antes chocava, agora parece normal.

  • Escravidão e Vício: O que começa como um “prazer” ocasional pode rapidamente se tornar um vício, uma escravidão que aprisiona a pessoa em um ciclo de culpa e vergonha. A pessoa não tem mais controle sobre si mesma.

  • Mentira e Duplicidade: Para esconder o pecado, a pessoa muitas vezes se enreda em mentiras, vivendo uma vida dupla, minando a sua integridade e a sua paz interior.

Leia em sua Bíblia, medite e memorize:

  • Isaías 59:2 (nossas iniquidades fazem separação entre nós e Deus).

  • Romanos 6:23 (o salário do pecado é a morte).

  • João 8:34 (quem comete pecado é escravo do pecado).

Na Vida Relacional:

  • Quebra de Confiança: Em relacionamentos íntimos, a impureza e a luxúria destroem a confiança, pilar fundamental de qualquer união saudável.

  • Distorção do Amor: A luxúria é egoísta, enquanto o amor é altruísta. Ela distorce a nossa capacidade de amar de forma genuína, de ver o outro como um ser humano completo, e não como um mero objeto de satisfação.

  • Isolamento: A vergonha e a culpa muitas vezes levam ao isolamento, dificultando a abertura e a construção de relacionamentos verdadeiros e significativos.

  • Danos aos Relacionamentos (Cônjuges, Família, Amigos): A impureza afeta a intimidade no casamento, pode gerar discórdia, infidelidade e, em casos extremos, a separação. Ela também pode afetar a dinâmica familiar e a confiança dos amigos.

Leia em sua Bíblia, medite e memorize:

  • 1 Coríntios 6:18 (fujam da impureza sexual). A ordem é fugir, e não, negociar. E.g. José fugiu da esposa de Potifar.

  • Romanos 13:13 (não andem em glutonarias, bebedeiras, orgias e impureza.

A luxúria é egoísta, contrária ao amor, que em essência é altruísta.


4. Como o Espírito Santo Restaura a Pureza

Meus irmãos, após refletirmos sobre as profundas consequências do pecado, podemos nos sentir desanimados, talvez até sem esperança. Mas é exatamente aqui que a gloriosa verdade do evangelho brilha mais intensamente! Não estamos sozinhos nessa batalha. O Espírito Santo, o Consolador, o Guia, é o nosso maior aliado na jornada em direção à pureza.

O Espírito Santo Convence do Pecado: O primeiro passo para a restauração é reconhecer nossa condição de fraqueza. 

É o Espírito Santo de Deus que, com amor e gentileza, nos convence do pecado, da justiça e do juízo (João 16:8). Essa convicção não é para nos esmagar, mas para nos conduzir ao arrependimento. Aplica-se não só a Igreja, mas ao mundo inteiro. Em nós, o Senhor trabalha, e no mundo, Ele convence.

O Arrependimento Genuíno: Arrepender-se não é somente sentir remorso, mas é uma mudança de mente e de direção. É dar as costas ao pecado e voltar-se para Deus. É um dom de Deus, operado pelo Espírito (Atos 11:18).

A Purificação pelo Sangue de Jesus: Nenhuma quantidade de esforço humano pode nos purificar verdadeiramente. A purificação vem unicamente através do sangue de Jesus Cristo, que nos lava de todo o pecado (1 João 1:7). É pela fé na Sua obra redentora que somos perdoados e justificados.

A Santificação pelo Espírito Santo: Uma vez perdoados, o Espírito Santo inicia em nós um processo contínuo de santificação. Ele nos capacita a viver uma vida de pureza, nos dando força para resistir à tentação, ou escape (estratégia de fuga), nos transformando à imagem de Cristo.

  • Como o Espírito Santo age na prática?

A Escritura denomina o Espírito Santo como “o Espírito de Conselho e de Poder, o Espírito de Conhecimento e de Temor do Senhor” (Isaías 11:2). 

Ele é, em essência, Jesus em Espírito, o “Conselheiro” (Isaías 9:6). Isso significa que Ele nos oferece a sabedoria e a força necessárias para enfrentar as tentações e viver conforme a vontade divina. 

Andar no Espírito é estar em Cristo (2 Coríntios 5:17), implicando uma união profunda onde Sua presença nos capacita a viver uma vida que O agrada. Eis como Ele age:

  • Guiando-nos à Palavra: Ele nos impulsiona a meditar na Palavra, lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso caminho (Salmo 119:105). Pela Palavra, Ele nos aconselha e concede poder para dizer “não” ao pecado. Mesmo quando a carne é fraca, o Espírito nos fortalece, conforme Romanos 8:13: “Se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis”. O “se” aqui é condicional, indicando que temos o poder de decisão e que corrigir nosso comportamento é uma escolha diária, realizada na força do Senhor Jesus Cristo.

  • Renovando nossa Mente: Ele nos ajuda a preencher nossos pensamentos com o que é puro e digno (Filipenses 4:8). “… nisso pensai”. Isso também implica uma decisão.

  • Gerando Fruto: Ele produz em nós o fruto do Espírito, incluindo o domínio próprio (Gálatas 5:22-23). O domínio próprio é uma operação do Espírito Santo em nós, que andamos no Espírito.

  • Boas dádivas: O Espírito Santo nos dá amigos e irmãos para aumentar a fortaleza ao nosso redor. Por experiência, observei que os mais desafortunados são os que abandonam a comunhão dos irmãos, pois, ao cair, não tem outro para o levantar (Mc 10:30; 1 Pe 5:9).

Para melhor compreender a obra do Espírito Santo em nossas vidas, podemos utilizar algumas analogias. Ele é como um personal trainer espiritual, capacitando-nos e fortalecendo-nos para a “corrida” da vida cristã, tornando-nos aptos a enfrentar os desafios e a viver segundo a vontade de Deus. A purificação que Ele opera é comparável a um rio de águas vivas que lava e restaura a terra árida de nossa alma, limpando as impurezas e trazendo vida nova. E, finalmente, a santificação é como um jardineiro que, pacientemente, poda e cultiva a planta de nossa fé, garantindo que ela cresça saudável, dando bons frutos e glorificando a Deus, assim como descrito em João 15 (recomenda-se a leitura do capítulo completo).

Leia em sua Bíblia, medite e memorize:

  • João 16:8 (convence do pecado).

  • 1 João 1:9 (se confessarmos nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar).

  • Gálatas 5:16 (andem no Espírito, e jamais satisfarão os desejos da carne).

  • Romanos 8:1-2 (libertos da lei do pecado e da morte pelo Espírito da vida).

  • Tito 3:5 (salvos pelo lavar da regeneração e da renovação do Espírito Santo).

Diante da realidade do pecado e suas consequências, o coração humano pode facilmente ser tomado pelo desânimo. No entanto, é fundamental enfatizar a esperança e a graça superabundante de Deus. Em Cristo, há sempre a possibilidade de perdão, restauração e uma nova vida. Sua misericórdia é infinita e está sempre disponível para aqueles que se voltam a Ele com um coração arrependido. Busque-o, e serás abraçado por Seu amor.


Conclusão

Meus queridos irmãos e irmãs, chegamos ao final desta reflexão. Vimos que o prazer, quando desvirtuado, pode adoecer a alma, levando-nos por caminhos de dor e separação. Mas a boa notícia, a gloriosa verdade, é que em Cristo Jesus e pelo poder do Espírito Santo, existe cura, restauração e pureza.

Não permitam que a vergonha ou a culpa os mantenham presos. Aquele que está sem pecado, que atire a primeira pedra. Mas em Jesus, a pedra é removida, e um novo caminho nos é oferecido. 

Hoje, convido a cada um de vocês a uma jornada de renovação. Que possamos, com o coração contrito e a mente renovada, buscar a pureza que agrada a Deus, uma pureza que não é um fardo, mas a verdadeira liberdade. 

Que nossos prazeres estejam alinhados com a vontade de Deus, e que nossas vidas glorifiquem o Seu nome. A paz de Cristo, que excede todo entendimento, guardará os nossos corações e as nossas mentes. 

Deus te abençoe!


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Referências

ARC YOU VERSION. Bíblia Sagrada. Versão Almeida Revista e Corrigida. Sociedade Bíblica do Brasil, 2009. Disponível em: https://www.bible.com/ Acesso em: 30 jul. 2025. 

LEWIS, Clive Staples. Cristianismo puro e simples. Thomas Nelson Brasil, 2017. Compre na Amazon

MACARTHUR, John. Introdução ao aconselhamento bíblico: um guia de princípios e práticas para líderes, pastores e conselheiros. 1. ed. — Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2016. Compre na Amazon

MURDOCK, Mike. A Lei do Reconhecimento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2008. Compre na Amazon

RODRIGUES, Sérgio. A lascívia nasceu inocente. Veja, São Paulo, 31 jul. 2020. Disponível em: https://veja.abril.com.br/coluna/sobre-palavras/a-lascivia-nasceu-inocente/  Acesso em: 30 jul. 2025. 

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