Apocalipse: o Triunfo Final de Cristo e Seu Povo
O livro do Apocalipse, cujo título significa "desvendamento", oferece as profecias mais extensas sobre o futuro em todo o Novo Testamento.
Tradicionalmente atribuído ao apóstolo João, o texto foi escrito durante seu exílio na ilha de Patmos, provavelmente sob o reinado de Domiciano (81-96 D.C.), visando encorajar os crentes que enfrentavam a hostilidade de uma sociedade incrédula.
As Quatro Lentes de Interpretação
Existem quatro formas principais de compreender este livro:
- O Idealista vê um conflito contínuo entre o bem e o mal.
- O Preterista limita os eventos à perseguição na Roma antiga.
- O Historicista enxerga uma narrativa prévia de toda a história da Igreja.
- O Futurista foca no período final da tribulação e no retorno de Cristo.
Independentemente da lente, a mensagem central é o triunfo escatológico de Cristo sobre as forças do mal.
Mensagens às Sete Igrejas
Os capítulos dois e três contêm mensagens de Jesus a sete igrejas da Ásia Menor.
Cada mensagem inclui uma análise com elogios ou reprimendas, adaptadas à situação local de cada comunidade.
À igreja de Esmirna, que sofria perseguição, Cristo se apresenta como aquele que esteve morto e tornou a viver. Já à igreja de Laodiceia, Jesus repreende sua mornidão espiritual e autossuficiência, convidando-os a adquirir verdadeiros tesouros espirituais.
Os Juízos da Tribulação
João descreve o controle deste mundo sendo retomado por Cristo ao romper os sete selos de um rolo celestial. Estes juízos se manifestam em séries paralelas:
- Os Selos: Representam flagelos derivados da depravação humana, como guerra, fome e perseguição — os famosos quatro cavaleiros.
- As Trombetas: Anunciam principalmente atividades satânicas e demoníacas que trazem tormento à terra.
- As Taças: Representam a consumação da cólera de Deus contra a impiedade final da humanidade.
Personagens e Conflitos Finais
Durante a tribulação, surgem figuras como as duas testemunhas — provavelmente Moisés e Elias —, que profetizam em Jerusalém, e a Besta, que representa o Anticristo no comando de um império mundial reavivado.
O conflito atinge o pico na Batalha de Armagedom, quando as nações se reúnem contra Israel.
O Triunfo do Cordeiro e a Nova Jerusalém
A vitória final é marcada pela Parousia (Segunda Vinda), onde Cristo destrói os exércitos ímpios, aprisiona Satanás e estabelece um reinado milenar na terra.
Após o julgamento final, a história humana culmina com a descida da Nova Jerusalém, a noiva de Cristo. Neste estado eterno, o pecado e seus efeitos maléficos, como a morte e a dor, serão eliminados para sempre.
Conclusão
Ler o Apocalipse é como assistir aos últimos minutos de um campeonato no qual o seu time está perdendo, mas você já sabe o resultado final.
As pragas e perseguições são os lances difíceis do jogo, mas a visão do trono e da Nova Jerusalém é a garantia de que o troféu da vitória já pertence ao Cordeiro e aos que Nele confiam.
GUNDRY, Robert H. Panorama do Novo Testamento. Robert H. Gundry. 2ª edição, 1998. São Paulo: Vida Nova. Ver preço na Amazon